Vem amor

Não te atenhas ao passado nem à imortalidade,
Não penses que a obscuridade deixe de te levar
Nem que o vento atire a favor de teu querer!
Venha logo, amor, que mais tarde posso não existir,
Pois no dia seguinte posso não mais te ver!

Não procrastines a distância, o lugar é tão sigiloso,
Madrepérola tão calma que o mar acachapa,
O lábio extremidade do minuto total!
Venha logo, amor, que, mais tarde posso não existir.
Pois no dia seguinte posso não mais te ver!

Venhas-me depressa, que ainda te vejo.
No teu rosto a actínia fissura
E próximo à parede está o inimigo vento...
Venha logo, amor, que mais tarde posso não existir.
Pois no dia seguinte posso nada mais te dizer.
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 23/11/2010
Reeditado em 23/11/2010
Código do texto: T2631264
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