Adeus!

Adeus!

Adeus fantasias de meu devaneio!

Coloco-vos na parede das saudades,

Cedo-vos por último o meu peito

Para repousarem vossas veleidades.

Adeus, companhias de toda a vida,

De todas as estações de uma desventura!

Calar-vos-ei no ermo de uma dita

Que pranteia na seriedade da loucura.

Foram vários anos de duplicidade,

Foram tantos risos em descorado fulgor,

Foram mágoas em magoada vivacidade

Foram vãs sementes em terra de amor.

Estremeceram-te de arrebatado vigor!

Cercaram-me em cada passo mais mudo,

Tremularam-me as mãos em furor

Quando os sonhos eram-me tudo!

Adeus majestade universal de céu!...

Lâmpada da mais bela fulgência,

Foste-me certa companheira e véu

Nas noites em que vinha a decadência.

Adeus! Somente adeus... Somente!

Pois na face não se cora um simples riso,

Nos olhos o fulgor não se vê nem se sente

E nos lábios, não se ouve mais um suspiro.

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Oziney Cruz
Enviado por Oziney Cruz em 22/11/2010
Reeditado em 23/03/2011
Código do texto: T2630839
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