A vida em pedras

Ha becos sombrios

Vielas curtas e estreitas onde a morte se repete como os lírios

Historias sem fim, amores mundanos.

Recinto onde criaturas se rendem a delírios

Fim de tarde é de se esperar

Zumbis vagarem ocupando vazios sem muito tino

Um litro de leite, um saco de pão... promessas de vida.

Anteparos de uma noite sem destino

A caravana confere

O sol trêmulo descer no oriente

Glorias dos cegos, infelizes.

Campa das fábulas no mundo dos indigentes

Amor não paga contas

Nem sexualidade se vende com ternura

O prazer dos enjeitados e a destruição lenta

Desprazer é o preço das agruras

Feita de pedra são as cidades

Formosas vem e se oferecem dadivosas.

Matreiras cobram o preço do prazer ao ócio

Morte lenta e penosa

Descansa em paz, criatura.

Há muito deixaste de sentir tua vida e suas agruras

Vai...Desce de vez ao submundo com teu pito.

Não voltaras nem mesmo como fogo-fátuo emergindo da sepultura

Manoel – 21/11/2010 - 21:32h

Manoel
Enviado por Manoel em 22/11/2010
Reeditado em 12/12/2010
Código do texto: T2630826
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