Efervescência
Preciso mesmo gritar
Que meu rosto está mudado
E meu corpo calejado
Ante a lisura de minhas mãos
Como reverter esse processo
De deixar de lado o verso
Ignorar um retrocesso
Na efervescência de inspiração?
"Deixa teus olhos mudarem
Teus sentimentos te enganarem
Tua voz denunciar-te
E, então, arrisque um verso"
Não posso parar de escrever
Preciso mesmo dizer
Que ainda sei conceber
Uma estrofe desse processo
Mas mesmo se enceno um sorriso
Um choro mal fingido
Outra vez o verso foge
No instante efervescente
"Então, deixa a dor repousar
O silencio te incomodar
O pensamento te agitar
E serás poeta novamente"