Poema em frente ao espelho
Eis a chaga que trago ao mundo,
este lamento em forma de canção
tão pungente e sentimental,
que constrange a mim e a quem me ouve.
Sou um espinho encravado na carne,
um poema sem entrada e sem saída,
que de tão lamentável se diz perfeito
e de tão imperfeito se parece divino.
Canto a espera e o despontamente,
o véu da noite e a feiura do dia,
e sei que o fim não está longe,
já que sou paranormal de fim de semana.
leia minhas cartas, vasculhe minhas gaveta,
espalhe o que de verdade eu digo,
me encoste na parede, duvide de mim.
Insista na procura, invente um termo novo,
assine minha sentença,
e diga que sou o único Eduardo.