CELA ABERTA
Val-Larbacky

Estive
Envolto pela sombra do eclipse que pairou sobre meu planeta.
Perdido. Ausente, como não sabendo mais encontrar a
Trilha que me trouxesse de volta ao meu pequeno mundo...

Agora posso divisar uma pista:

De repente uma estrela reluz e traz até mim,
Na trilha de reflexos dourados,
O encanto de uma roseira-rosa-natural.

Mas há em torno de mim uma fumaça,
Ou névoa seca que me arde nos olhos
Quando tento enxergar além-círculo.
Isto dificulta o eu divisar as imagens além-raios.
Só há luz no círculo por estar brilhando uma estrela-luz-espelho:
Sua imagem refletida chega viva como célula, que pulsa ao
Lado de outras células-parte.

E meu raio de visão agora começa a Transpor a barreira em torno de mim.

O espaço do meu pequeno mundo é ampliado,
No eu estar vendo o conjunto das celas...
Não vejo grades e as chaves são transparentes.

Estive silente nesse eu estar ausente em minha conivência,
Por querer solucionar (sozinho) algo de certa forma abstrato.

O eu estar perdido teria sido uma punição...
Confiei na cela aberta.
Acreditei poder alcançar as chaves transparentes.
Mas a solidez da transparência das chaves não foi sentida,
Ou não havia mesmo.
Mas isso nem era necessário: não havia grades.
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Verso Vício – vários autores – Edições Trote, Rio de Janeiro/1983.

Val Larbacky
Enviado por Val Larbacky em 22/11/2010
Reeditado em 07/09/2011
Código do texto: T2630260
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