POÉTICA
A poesia de Tânia tem o que se ler.
A poesia de Tânia faz pensar
E, pensando, sentir
O (in)compreendido existir
Do haver de ser
Ou de sonhar...
Neste ir e vir
Vivendo
Sofrendo
Amando
Poetizando.
TÂNIA
Tânia não tem anos,
Não tem meses.
Ela é Meneses.
Eterna quantas vezes
Escapem-lhe entre os dedos
Um pensamento refinado em letras,
Lapidado em palavras.
E a vida não é um bicho que lhe encara.
É luz a iluminar a mulher rara
Que o berço sergipano a declara.
O PARTO
Difícil para o escritor dominar todas as formas, gêneros e estilos. Coube a Machado de Assis esse fenômeno.
Tânia Meneses tem intimidade com as palavras. Sintaxe é o seu jogo favorito. Poesia, a sua quinta-essência.
Antes de recorrer ao pai dos inteligentes, do mundo das ideias salta-lhe da memória o vocábulo. Esparrama-se, esperneia-se no papel, tal como um espermatozóide a procura do óvulo. Ali ambos se juntam em fertilidade no embrião da frase, desenvolvendo o período, o parágrafo.
Rompida a placenta temática, envolto em papel nasce o texto a milhares de olhares.
A mãe que o pariu afaga-lhe e amamenta a sua nova criação.