TEMPESTADE EM MIM


A poesia me veste de suas chuvas de desejos
Gotejando vagarosamente cada saudade
Relampejando o abraço da solidão
Numa tempestade tempestuosa
De tantas mágoas e amor no coração.

O tempo passa e por si já se faz mudado
O céu oscila entre o azul pálido e o cinzento nublado
O vento sussurra segredos...passa rápido
e contudo vai limpando o passado
Enquanto as tempestades de areias
em seus grãos de lembranças, cegam-nos ao pecado.

A tempestade com que transborda amor
Não tem começo, meio e nem fim
Ela começa no princípio do existir
e lateja a cada instante desde quando lhe conheci

Mas hoje resolvi sepultar
qualquer vestígio seu que ainda possa inflamar
Pois não desejo viver com essa dor a me violentar
extirpando de mim os sonhos de novamente amar

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 21/11/2010
Código do texto: T2629234
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