INTERROGAÇÃO E UM CANTO

Quantas terras por este torrão brasileiro

E por que tanta gente sem terra?

Canto-vos Piauí, Pará, Maranhão, Brasil inteiro,

Amostras sois de tanta imensidão

E por que tanta gente sem terra?

E tu, São Luís, Capital maranhense

Banhada por teu gratuito mar

Teus morros e tuas casas no alto

Teus pequenos e grandes prédios

À vista, um grande labirinto!

Tua gente, teus costumes, tua vida,

Do buscar, meus olhos se inquietam

E meu espírito se adentra

Nas tuas profundezas e alturas.

E tu, mar, pede às tuas ondas amigas que me

Façam um berço e me acolham, agora,

Pois, criança, sou muito faminta

Das belezas que podes me dar

E quem te deu, São Luís, tudo isso?

O único que dá e que pode tirar:

Jesus, que tudo isso me faz sentir

E, ainda, o caminhão e o caminhoneiro

Geraldo.

São Luís, 1986

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Do livro “Caminhos Ainda”, Edição da autora / APL – Academia Piauiense de Letras, Teresina, 1991, página 16

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