Malva
Malva...
De ti nasci triste como um Deus sem misericórdia
Escarpando a carne ao cair de teu ventre de mãe infanticida
Nas pedras de soluços errantes.
Fora à primeira vez que compreendi a dor
E sua extensão para os que são em solidão.
No desprezo onde dormia o sândalo na queda
Há uma mancha de sangue; - Há vida ainda, Malva!
Estende teu regaço frívolo que ainda há como enforcar
O que resta do teu pródigo menino.
Malva, dói demais à alma sem luz, Malva...
Quiete o sono com teu espasmo escuro de sombra sem corpo
Que quero me deitar na paz da memória onde domino o que me é bom
Quero pintar sobre as estrelas um sonho de Portinari
E dar a todos a arte que o sofrimento gritou na terra;
- Subir, subir, subir, subir, subir bem além do infinito
E matar-me no pulso com um corte de lua minguante
Regressando a miríades de mim em lágrimas de castanho-atômico
Devastando os que vivem!
Seremos só tu e eu Malva. Tu e eu na paisagem em forma de câncer;
- Tu e eu... A única que me renega por ser gêmea de mim
Malva...