CLASSE MÉRDIA
Em carros explodem motores.
São engrenagens prestes ao estouro...
O fuzil, uma moça e a granada,
resolvia à obra da fachada.
Ó problema gradeado,
aconchegante lar de juízos melindrados!
Na casa o rato trôpego
come um pedaço de teto,
o cachorro tarado
e o esquilo cego.
Entretanto,
há mitificação!
Há ordenação e esperança.
Há fiscais do Ibama!
Classe mérdia,
requisite seu poder de veto,
com tijolo, cal, concreto.
O prato fundo é servido à mesa.
Ó mulher ingrata!
Questiona de barriga cheia,
nossa posição econômica,
minha memória vomitiva,
sua beleza atônita,..
A burrice nuclear,
vai se acabar num truque mágico;
num crime passional;
numa página policial;
e não no Leblon,
como profetizou o vidente pneumático:
-“Fim de novela”!
Dirá na conversa, o mundo,
tombar-se sob os teus dentes cariados.
Amadureçamos ecumênicos,
diante ao banditismo sistêmico.
Doravante,
toda à subjetividade coletiva,
e eu anêmico.
Classe mérdia,
no quiosque,
peça arsênico!