INSPIRAÇÃO -POEMA 7

DAS GAVETAS LISBOETAS, COMO ORÁCULOS

PULAM AS MINHAS DEUSAS. NINFAS

PALAVRAS MENSURADAS. SENSUAIS

ESCONDIDAS E EXATAS.

COM MEDO DA MINHA NOVA FACE A FINGIR VIDA.

DOS ASTROS , LIBERTADAS NUAS, FORAM SABENDO

QUE NÃO HÁ MAIS PLASMAS VERDES

SÓ PASSOS AMARELOS, FUTURISTAS

SAUDÁVEIS, INTERCALANDO OS SONHOS

SONHOS QUE NASCEM E ACABAM

PORQUE SONHOS SÃO.

EU PRECISO DESESPERADAMENTE SONHAR. E NÃO AMAR

PARA CONTINUAR FAZENDO POESIA

CRIAR ENTES E ALMAS.

INVEJO E ODEIO O MENDINGO QUE NÃO SONHA

NÃO SONHAR É NÃO TER ALMA NOVA.

ACOSTUMADO A NÃO TER NADA, SÓ ESTRELAS.

ESCAPOU A MINHA ALMA ENTRE MÍSTICAS.

MAURICIO DE AZEVEDO - METEMPSICOSES - A ALMA DE

FERNANDO PESSOA - POEMA VII