CONSOLAÇÃO - POEMA 6

MEU SENTIR DISPENSA OS SENTIMENTOS DA LÓGICA

TANTO QUANTO O MEU RACIOCINIO DESPREZA O FLUIR DA

MATÉRIA

MINHA EXISTENCIA COINCIDE COM A DAS ÁRVORES

O PRAZER DOS MEUS FRUTOS SÃO PARA A MÁQUINA DE ESCREVER

O QUE APARO COM AS MÃOS, A ALMA NÃO SENTE

A MENTE NÃO VÊ O QUE SÃO PEDAÇOS DO CORPO

O QUE IMPORTA SE SÃO FLORES OU PESOS ,

QUANDO SÃO VOLUMES DE ALGO QUE APENAS SÃO ?

QUEM FEZ DEUS FOI EU !

DEPOIS DEUS REFEZ-ME, TIRANDO DE MIM, A PERFEIÇÃO

ASSIM INICIANDO UMA GUERRA ENTRE A TERRA E O CÉU

E CADA ALMA BUSCANDO PRÁ SI, UM REBANHO.

O ABSTRATO DA MINHA MENTE É NITIDO COMO O BREU

MAS SEMPRE FUI SOMENTE PEDAÇOS CONSOLADOS

DOS PEDAÇOS QUE HOJE TE SÃO INTEIROS

CONSTRUI COMIGO AS PARTES NECROSADAS.

ELAS CONTAM MELHOR A HISTÓRIA

SEJA A DE PORTUGAL OU A DE TODA A HUMANIDADE.

MAURICIO DE AZEVEDO - METEMPSICOSES - A ALMA DE

FERNANDO PESSOA - POEMA VI