A BUSCA

Não se saberá nunca o que o Homem procura.
É a condição humana. A sua eterna tortura.
Caminhar sempre, como o Judeu Errante,
esperando encontrar algum sentido ali adiante.
Um novo vírus de computador, ou o das aves.
Novas pandemias, velhas utopias, caminhos suaves.

Inventa deuses, revira o Passado e encontra antigos mitos.
Busca religiões, modas, cultos e, off course, velhos ritos:
sente-se com as pernas cruzadas, medite e solte gritos.

Novos termos são importantes. Como não?
E lá vai a tríade: stress, a nível de (sic) e, claro, depressão.
Homem, homem, não está na semântica a tua satisfação.

Mira o Futuro e busca o seu Destino.
Lê o Tarô, as Runas e se imagina o eterno menino.
Aprendiz do nada. Certo Cabral explicou que é só mais um Severino.

Bicho pequeno, Camões. Só e franzino.

Mas . . . olha a Física Quântica ai, gente!
Qualquer Guru têm lá o seu dia de proeminente,
rezam nova cartilhas e driblam os argumentos impertinentes,
as perguntas inconvenientes e os céticos inteligentes.
Eu não sabia eleitor . . .  Fale com o meu assistente. 

Mas também eles passam. Resta a busca. Doa a quem doer.
Por dinheiro, fama, sexo, saúde e, principalmente, pelo poder.
E quando tudo se alcança, ainda resta muito a querer.

Quo Vadis? E agora José? Aonde vais Homem José?
Em busca de qual sonho, de qual quimera?
Também eu, que tanto já quisera, 
acabei descobrindo porque nada se acha. Nada é!
 
O teu caminho, Homem, será sempre uma contra-mão.