FLORES DA SAUDADE


Dou-te os versos meus
cheios de sonhos e amor
que não são meus, são tão teus
que ao lê-los a saudade lhe fará dor

Sozinho hás de escutá-los sem ninguém
hei de escrevê-los, a relembrar o passado de nós dois
a ponto de perturbar sua ventura, aquém
há de encantar no tempo do depois

     Se lembrarás do afeto imenso que lhe doei
    deste humilde coração que lhe entreguei
    de todas as lágrimas que por ti derramei
    do teu corpo no meu que não saciei

              Lembrarás ainda dos meus sorrisos sinceros
              da minha cumplicidade, e dos planos secretos
              d'um futuro concreto, de nossos filhos e netos
             da alegria constante em juras de eterno.

E terás ainda aquelas velhas fotografias
as que guardamos na ousadia
para enlaçar as harmonias
de nossas distantes alegrias

                             Hás de rever , chorando, o nosso amor
                            E neste tempo que eu tiver partido
                            lhe faço um pedido
                            deixe teus versos na alcova do ardor

              E pouco tempo depois quando voltares
              colherá infinitas flores
              que serão ainda os versos de amor que te dou.

E se sentarás espantado, tão agoniado
a lamentar os beijos que não teve por tolice,
Que por descuido e insensatez negou-me os afetos,
E lacrimejarás os versos que não disse
Que pena meu amor, já será tarde demais!
Tristes dos nossos ais
pois o tempo não volta mais.

               E para o sempre em ti estará tatuado
              O perfume suave das manhãs,
              e a certeza que fora por mim muito amado...



Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 18/11/2010
Código do texto: T2622912
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