Ser e seres

Ah! que hoje não me entendo a mim;

pra o que eu lutava e relutava, já não

me importa.

É como se já chegasse ao fim.

Agora vejo aquela porta, pela qual me

entro e não me acho, saio mas não me

encontro.

Estou fora do ponto.

O começo da rua é o seu fim. Se volto

me perco de mim. Onde estão todos

que vejo, grito, mas eles não ouvem!

É esse barulho, essa fumaça, a pressa!

Pressa do nada, pressa do tudo.

Estão surdos, mudos.

Já não entendem mais nada, se

correm, se espreitam, se matam.

É como se chegasse o fim.

Quero achar este lugar, e não

o seu fim.

Pra compensar a minha luta.

Revigorar minha força bruta.

Que todos se achem, se vejam

que eu me entenda a mim

Paulo Acácio
Enviado por Paulo Acácio em 18/11/2010
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