Ser e seres
Ah! que hoje não me entendo a mim;
pra o que eu lutava e relutava, já não
me importa.
É como se já chegasse ao fim.
Agora vejo aquela porta, pela qual me
entro e não me acho, saio mas não me
encontro.
Estou fora do ponto.
O começo da rua é o seu fim. Se volto
me perco de mim. Onde estão todos
que vejo, grito, mas eles não ouvem!
É esse barulho, essa fumaça, a pressa!
Pressa do nada, pressa do tudo.
Estão surdos, mudos.
Já não entendem mais nada, se
correm, se espreitam, se matam.
É como se chegasse o fim.
Quero achar este lugar, e não
o seu fim.
Pra compensar a minha luta.
Revigorar minha força bruta.
Que todos se achem, se vejam
que eu me entenda a mim