O Sol
Dominado por sua própria luz, domina tudo que estiver perto do chão
Nasce pela manhã com um choro silencioso que seca as lágrimas de quem realmente chora
É um nascer fantástico, uma criança perfeita que vai recebendo visita a todo momento
Já nasce com o seu próprio brilho, que é uma luz branca formada por várias cores,
e a cada hora que passa vai crescendo mais depressa
Ao meio-dia, já chegou ao ponto mais elevado e nesse horário as visitas se vão
É um clímax solitário, mas continua sendo resplandecente
Ele vigia e aquece as visitas como agradecimento
Lá em cima, comandando tudo, percebe que está se deitando para o outro lado
E começa a se preparar para receber novamente suas visitas
Mas continua sozinho e às vezes recebe uma visita de quem quer tapar seu brilho
São umas espumas brancas, cinza, que passam na sua frente e atrapalham sua visão
Elas vão se aproximando cada vez mais e quando chegam bem perto começam a chorar
E, se lembram das cores que formavam a luz branca?
Elas começam a aparecer em forma de arco na medida em que as lágrimas vão caindo
As espumas se vão e ele volta a reinar, mas o seu reinado vai se findando
Parece que ele está regredindo, mas com uma luz diferente
Essa luz volta a juntar gente e as pessoas o reverenciam novamente
É, o grande sol!
A sua luz reflete nos olhos dos apaixonados, que se deixam levar pela sua beleza e, então, ele presencia o tocar dos lábios
A sua luz mostra pra garotinha os lugares ideais para pisar
A sua luz ajuda o papai e a mamãe brincar com os filhos
A sua luz ilumina todos os seres, toda a natureza
E por fim, ele se vai.
Ele vai, mas volta
E para nós não ficarmos solitários ele traz uma companheira
Ela tem uma presença ilustre, mas não tem seu próprio brilho
Mas ela tem um poder, o poder de fazer com que o sol se apaixone por ela
E o sol a ama tanto que, para ela não ficar triste, enquanto ele se vai, ele empresta seu brilho pra ela
E no outro dia, renasce
Diego Penalva Luque