NO ONTEM DO TEMPO


Meu delírio é sempre agora,
O enigma maior é o sempre
A vida, o instante mitológico
Quando perco os meus olhos
não preciso mais ver, não!
E pouco vejo além de ti, o vento
quando nada mais me resta, nem
mesmo a dor, nem mesmo a dúvida
Ando por movediças estradas,
buscando algo dentro do meu nada
Observo o grito da lua,
as gotas envergonhadas
o sol cansado das longas madrugadas
Entre o nada e o que restou para o nunca.
O claro fogo perdeu-se no ontem, no tempo.
Quando a alma espera...
e o tempo suspira sentado
em flores tranquilas
Já não espero mais
que a música dance
em seus tons abismais
Com aquele momento
no silêncio repleto de palavras.
Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 17/11/2010
Código do texto: T2619972
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