SAUDADE

Junto ao pé do fogo a meditar sólito,

ouço assobio do vento no oitão,

a cuia cheia de erva buena, bem sevada,

a chaleira chiando no braseiro pelo chão.

Na estrebaria o tostado a relinchar!

No potreiro a eguada escaramuça!

Meu pensamento mergulhas na agruras,

e na mais profunda e dolorosa das lonjuras...

O crepitar das labaredas encandecidas,

reacende no meu peito esta chaga,

de amor, de angústia e de saudade,

por ela que se foi para outras plagas!

E nessa solidão das madrugadas,

me arrincono na invernada da tristeza,

curtindo o guascaço desta ausência,

de quém partiu, minha bela e doce amada..