RUAS

RUAS

As ruas são democráticas

E são também tão estáticas

Nelas passam os miseráveis

Passam os doentes incuráveis

E lá vai pela rua a procissão

Com crentes saindo da confissão

No outro dia explode o carnaval

Sem se importar com o vendaval

E por ela passa os podres de rico

E o coitado que vive de bico

Olha na esquina uma travesti

Comuns nas ruas de Parati

E tem nas ruas as mariposas

Que são damas nem sempre graciosas

Acuda-me! Pega o ladrão!

E tá formado um belo roldão

Se for larga passa a serem avenidas

Alameda quando tem arvores queridas

E passa a mãe em trabalho de parto

E atropelam o humano e o lagarto

E pela rua passara no fim da vida

Seja de morte natural ou homicida

Nem a lua é tão democrática

E nem as flores aromáticas

Então à rua irei dar muitos vivas

Fazendo poesias alternativas...

André Zanarella 03-11-2010

Roldão = confusão