CANTOS DE DAMNED (8)

VIII.

A noite emaranhou-se em meus cabelos --

a névoa imaterial afeita a pensamento e dor.

Desço calçadas sufocadas por penumbra

e asco de bêbados pontuais, indiferente.

Cada janela à destra e à sinistra observa

o meu passar de largo exótica e sem rumo

-- mover de pálpebras discreto, silencioso

feito suspeita ou mesmo paranóia.Sigo

sem queixa, sem desculpa após meu vulto

-- coelho branco algum chamou minha atenção,

laborioso, fosso abaixo -- ah, a queda! --

pago essa injusta conta a do destino.

Damned
Enviado por Damned em 16/11/2010
Reeditado em 16/11/2010
Código do texto: T2617937
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