A Beleza Morrendo
A beleza morrendo
O colibri beija todas as flores do jardim
E se encanta com o perfume da roseira
E no balanço do vento pula alegre o tiziu
Sobre a folha lisa da bananeira
E com seu canto maravilhoso anuncia um novo dia o sabia laranjeira
Tico-tico-rei repica no galho ceco da aroeira
Coleirinha faz seu ninho sobre as folhas verdes da laranjeira
E a corruíra toda disfarçada trata seus filhotinhos
Lá no oco do mourão da porteira
Sanhaço fica namorando no meio da
Ramada do pé da amoreira
Juruti alisa suas penas e fica toda faceira
Olhando para a coruja lá no tronco da velha paineira
Canário da terra enche o papo de quirela e fica preso
De baixo da peneira
Pintassilgos cantam em coro com a família inteira
E vão morrendo envenenados no mata-mato da sementeira
Azulão com seu colorido vira presa fácil na batedeira
Curió com seu canto raro no contra bando
O homem faz virar jóia verdadeira
E meu coração vai ficando na saudade
E meus filho e netos não irão ver
Os passarinhos cantar por estas terras brasileiras.
Samuel Moscospki