A Beleza Morrendo

A beleza morrendo

O colibri beija todas as flores do jardim

E se encanta com o perfume da roseira

E no balanço do vento pula alegre o tiziu

Sobre a folha lisa da bananeira

E com seu canto maravilhoso anuncia um novo dia o sabia laranjeira

Tico-tico-rei repica no galho ceco da aroeira

Coleirinha faz seu ninho sobre as folhas verdes da laranjeira

E a corruíra toda disfarçada trata seus filhotinhos

Lá no oco do mourão da porteira

Sanhaço fica namorando no meio da

Ramada do pé da amoreira

Juruti alisa suas penas e fica toda faceira

Olhando para a coruja lá no tronco da velha paineira

Canário da terra enche o papo de quirela e fica preso

De baixo da peneira

Pintassilgos cantam em coro com a família inteira

E vão morrendo envenenados no mata-mato da sementeira

Azulão com seu colorido vira presa fácil na batedeira

Curió com seu canto raro no contra bando

O homem faz virar jóia verdadeira

E meu coração vai ficando na saudade

E meus filho e netos não irão ver

Os passarinhos cantar por estas terras brasileiras.

Samuel Moscospki

Moscospki
Enviado por Moscospki em 15/11/2010
Reeditado em 26/11/2010
Código do texto: T2616631