Triste solidão
Aonde quer que eu vá,
encontro a solidão.
No espelho, deparo-me
com a unicidade de mim mesmo
– eu, na profundeza da minha alma.
Na oração, ouço só a minha voz.
Pensamentos perambulam sós,
alheios, devaneios, desérticos.
No coração, ouço fortes
as batidas, badaladas,
latejar de uma canção.
Na angústia, sinto apenas
a minha dor.
Não há como fugir
da solidão vazia, sozinha.
Quero chorar...
A vontade é pior
Que o próprio choro.
O pior choro
É aquele que não vem.
Quando consigo,
cai apenas uma lágrima,
solitária...
E meu choro continua
engasgado, preso, afogado,
sozinho lá dentro,
imerso na escuridão.
(Sanca, 15/12/2008)