Triste solidão

Aonde quer que eu vá,

encontro a solidão.

No espelho, deparo-me

com a unicidade de mim mesmo

– eu, na profundeza da minha alma.

Na oração, ouço só a minha voz.

Pensamentos perambulam sós,

alheios, devaneios, desérticos.

No coração, ouço fortes

as batidas, badaladas,

latejar de uma canção.

Na angústia, sinto apenas

a minha dor.

Não há como fugir

da solidão vazia, sozinha.

Quero chorar...

A vontade é pior

Que o próprio choro.

O pior choro

É aquele que não vem.

Quando consigo,

cai apenas uma lágrima,

solitária...

E meu choro continua

engasgado, preso, afogado,

sozinho lá dentro,

imerso na escuridão.

(Sanca, 15/12/2008)

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 13/11/2010
Código do texto: T2612869
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