As sereias e eu

As sereias enfeitiçam

Porém a morte não atinge a todos os homens

Acho que eu tal como fizeram com Ulisses de Homero

Amarro no mastro com minhas verdades e deixo lúcido o mais sonhador

Me encontro como a medusa sem as cobras

Defendo-me com as mesmas verdades citadas acima e persevero

E não encontro força em Ulisses ou Hércules

Mando para o Ades todo e qualquer um que diminuir minhas obras

Pois apesar de aceitar a opinião do outro não suporto ver diminuída minha dor

Às vezes, ferida que não sei por que abriu ou quem a desatou

Minha alma come da vida as sobras

E percebo que o sorriso sumiu

Ao menor passo sinto o abismo da besta de Édipo

Mas decifrei a charada que por fim me salvou

Encontrei o amor próprio que um dia por alguém se esvaiu