Anônimo

às vezes choro – berro,

como um boi que perdeu a mãe.

às vezes rio como uma criança

que vira e mexe na barriga que avança

outras vezes me sinto como uma zebra

que não sabe se bebe a água do poço

ou se deixa para a cria

o pouco que lhe resta

minha mulher, minha amante,

sempre me bota no prumo.

equilibrado tento pular a corda:

umbigo que a terra não corta

às vezes berro – choro,

como a mãe que perdeu o filho mais velho

às vezes não sei quem sou

se soubesse, ah! que horror!!!...

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 12/11/2010
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