Anônimo
às vezes choro – berro,
como um boi que perdeu a mãe.
às vezes rio como uma criança
que vira e mexe na barriga que avança
outras vezes me sinto como uma zebra
que não sabe se bebe a água do poço
ou se deixa para a cria
o pouco que lhe resta
minha mulher, minha amante,
sempre me bota no prumo.
equilibrado tento pular a corda:
umbigo que a terra não corta
às vezes berro – choro,
como a mãe que perdeu o filho mais velho
às vezes não sei quem sou
se soubesse, ah! que horror!!!...