PROPOSTA

Sempre que prometemos o amor

É para propor o sexo

Já quando propomos o sexo

Assim de cara

Numa noitada ou esquina qualquer

O amor que se fôda

Ele propõe a eternidade

Com a ilusão de ser feliz

E no sonho de ser infinito

Por isso, mais sincero é o sexo

Que não propõe nada quando deseja orgasmo, ou seja

Mais vale um breve minuto de prazer

Que o fingimento da eternidade

Já que as coisas eternas nunca são...

A não ser senão que sejam meras promessas do nada

O amor, meu filho

Só consegue ser eterno quando passageiro

E o sexo, mesmo passageiro

Só consegue ser eterno

Quando não é fruto de uma lua de mel

E se o amor não fosse assim uma fantasia tão ingênua

Ele seria bem menos patético

É com total duplo sentido que grita o sexo:

O amor é gozado!