De pele

Olhos estreitos de vontade, como a devorar pensamentos

Boca cheia de saliva e desejo, só esperando um momento

Casa de sentir, morada de tormenta

Peito arfando intransigente, como um surdo que se arrebenta

Grande espaço de poeira e sol causticante

E a esquerda algo queima em tom flamejante

Fúria de corpos com dedos rígidos a escrever posse

Línguas sedentas de sexos e covas desejosas de toque

Dedos brincalhões a procurar pontos chamados letras

Montes vestidos de pelos, reentrâncias que da carne são feitas

Ritmados e febris corpos se fundem em comunhão

E como se únicos, gozos rompem em convulsão

Hugo Eduardo
Enviado por Hugo Eduardo em 10/10/2006
Código do texto: T260973