De pele
Olhos estreitos de vontade, como a devorar pensamentos
Boca cheia de saliva e desejo, só esperando um momento
Casa de sentir, morada de tormenta
Peito arfando intransigente, como um surdo que se arrebenta
Grande espaço de poeira e sol causticante
E a esquerda algo queima em tom flamejante
Fúria de corpos com dedos rígidos a escrever posse
Línguas sedentas de sexos e covas desejosas de toque
Dedos brincalhões a procurar pontos chamados letras
Montes vestidos de pelos, reentrâncias que da carne são feitas
Ritmados e febris corpos se fundem em comunhão
E como se únicos, gozos rompem em convulsão