Abismo
Sob o véu negro da noite me deito.
Busco no céu a luz para o que não vejo
mas nada encontro, a não ser o grito agudo do lamento
vago pensamento.
Nevoeiro espesso de lembranças apagadas
já depositadas no sepulcro da esperança,
o que antes era "tudo", agora transforma-se em "nada".
Buscando livrar-me do vazio frio que feroz avança,
mergulho nesse abismo ao qual fui sentenciada
noite sem sonho, vida sem alma.
Infinito abismo de mim mesma.
Cárcere de dor, terror e morte
Inebriante angustia, tento livrar-me dessa corrente forte
agarrando-me às fagulhas que restaram de minha sorte.
Arranco das entranhas da vida a centelha de luz que me resta
Iluminando minha noite, estrela no horizonte,
Guiando-me no nada do abismo sem fim,
Continuo na busca constante de mim.