Se, somente se...

Se sem ti eu for como uma abandonada criança,
ferida de solidão,
deserdada de esperança...
Se nos procurarmos um ao outro como bichos no cio,
ou como perdidos na neve do tempo,
aconchegados um ao outro para escapar do frio....
Se eu fizer do teu corpo meu relicário
de amor, mas sempre estiver louco para profanar
tuas intimidades, mergulhadas no porão do vestuário...
Se  para o mundo eu for o apressado
animal urbano cronometrado,
mas para ti caminhar com amor lento e tão demorado...
Somente se formos assim, podemos buscar, nesta cidade,
algo que nos livros de história de nossa infância
atendia pelo nome de felicidade...
Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 10/11/2010
Reeditado em 11/11/2010
Código do texto: T2607996
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