UMA EPOPÉIA REVISITADA
 
 
 
Na voragem da água escaldante
O solo envolto se abria
 Estrondava a lava abrasante
Insensível a tudo ruía
 
Conflagrava-se céu e  terra
Confrontava-se o bem e o mal
A 4ª. raça as portas cerra
Fechava-se um ciclo, afinal
 
Selada, pois, sua infausta sina
Em meio ao caos que o céu revela
Esvai o sol, a esperança declina
Serenam as ondas, a água nivela.
 
Vencem os milênios,
O esquecimento dentro deles.
A centelha resguardada, porém,
 Trás o selo da eternidade.
 
Dispersos por terras distantes
Levam a luz, a serpente do saber.
Aos olhos de outros quadrantes,
Mensageiros dos deuses, sábios hierofantes.
 
Das dinastias fostes a grinalda
Coroando frontes, tornando-as mito.
Sob os auspícios da sagrada esmeralda
Salve! Hermes! Glória do Egito!
 
Mênfis, Tebas, darão suas mãos ao ceifeiro,
Alexandria chorará seus mistérios queimados
Que os pósteros em terras do Cruzeiro
Ser-lhes-ão tais  segredos desvendados.
 
Testemunhas de tudo ficaram
 Impressas visíveis nas rochas,
Letras e sinais de homens gigantes,
 Perdidos no tempo, velhos atlantes!