Não era só meu o Céu. Eu ainda não sabia voar....

Eu tive medo. Sim. Eu tive.

Parti. Partimos um do outro. Eu ainda não sabia voar.

Deitei meu coração sobre as Luas...

... alma úmida de tanto chorar.

Feito pássaros que migram partimos um do outro.

Ora, me bastava Asas para enfrentar os céus e os mundos

Era tão simples o que via da minha janela: um olhar ingênuo

Um assobio o denunciava, e a tarde enchia-se de sol..

Aprendizes de beijos e doces palavras formavam as tardes

Que embebedavam nossas almas com mel

E as suaves mãos guardavam os corações, um do outro

Sem imaginar que o crepúsculo em breve os tomaria.

Peço perdão por ter me demorado. Mais tarde...

Tive medo de chegar (antes). Partimos um do outro

Sem recados. Eu ainda não sabia voar.

Não era só meu o Céu e o Mundo!. Minhas asas...

Pequenas demais para suportar meus desejos.

Vento que ainda ousa ventar, carrega hoje asas mais fortes

E entre delírios as deixa voar entre os “Fim de tarde”

Entoando canções de Jonnhy Rivers, Bowie, Peter Frampton

Sem rumo ouço “Iam free” nas vozes prisioneiras,

Contorcendo-me entre doces lágrimas de saudade.

Entre o crepúsculo e a chegada da Lua

Haverá sempre um último voejar de Asas

Umas que partem, outras que chegam...

Quiçá um dia, Asas se reencontrem.

No último outono... Um crepúsculo beirou o fim do céu,

E o início do mar imitou o azul quase profundo

.... da cor do teu olhar. A Lua veio bailar entre as estrelas e

Silenciosa, se fez profunda ....

Ainda somos os mesmos pássaros que migram

Porém, providos de asas Fortes... Lua vou buscar

Meu coração. Hoje sou dona do Céu

Livre para voar entre os crepúsculos...