Clio
Hoje eu acordei poeta
E, sem sentido, conversava a rimar.
Deixei a porta aberta,
Alma livre, idéia esperta,
Pronta pra me aventurar.
Levantei-me às seis da manhã,
Costumeiro, tomei café e fui trabalhar.
Escrevi narrativas
E todas, muito vivas,
Puseram-se a vibrar.
Ouvi canções de cotovelo,
Amarrei o meu cabelo
E continuava sempre a narrar.
A história era alheia,
Eu construía uma teia
E não conseguia mais parar.
Levantei-me de repente,
E, olhando sempre à frente,
Consegui me alimentar.
Foi vivendo aquele presente,
Que pensei, muito contente,
Era hora de voltar.
Sentei-me na cadeira, apressada,
E, como quem não esperava nada,
Comecei novamente a narrar.
Memórias, histórias, músicas e poesias...
Detalhes que o tempo não pode apagar.
Inspirações, das nove, todas filhas!
Sons, palavras e risos a rimar.
A teia tecia-se sozinha
E a alma, livre, continuava a dançar.
Aquela História também era minha,
Pois me permitia, enfim, pesquisar.