Vida

À vida é o tempo que a carne percorre, é o tempo que passa

É a vida que fica mesmo em morte

Porque há sempre uma vida presente para acompanhar

Uma vida que passa; Deixe que passe!

Guarde tudo como uma imagem retratada em tela, que nessa ocasião

Deve ser a alma.

Recolha os passos já marcados, a voz já dita, a felicidade já sentida e o choro incontido.

Adentre a teu espaço infinito os poucos a que amas

Porque muitos a que amar se torna frágil e perde-se de vista.

Acolha os sentimentos esquecidos e sepulte o ódio já sentido

Enterre tudo, mas não com terra, e sim com amor;

- Até o que lhe fere lhe presenteia com a vivência do perdão.

É verdade que há os que se perdem sem saber que a ninguém nunca existiram

Com esses a vida nunca habita, porque nunca viveram, e nem nunca viverão

Pequeninos fragmentos de pó em um museu de quinquilharias

Esses que sofram os males da solidão, à lepra do abandono

Tiveram tempo para aprender, e com a lição vivida

Inventaram a mentira, o desgosto, à cólera egoísta

Desses deves esquecer por compaixão

Agora aos teus, fotografe-os com as lentes da retina da alma

E os abrigue no DNA do teu sangue de homem bom, sem temer tempestades

Porque estaram em ti e dentro do teu precioso tempo

E quando um a um eles partirem, não tema tempestades

Porque teus olhos vão chover...

Gabriel Alcaia
Enviado por Gabriel Alcaia em 10/11/2010
Código do texto: T2606963
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