MIL TONS ESCUROS
tom moreno tão doce de pele.
olhos grandes e pretos,
cheios de meiguice.
Corpo não é cheio de ondas,
ondinas perfeitas...
maré que espuma,
tua voz me atinge
te insinuas,
meus olhos embasam
consternação
mil tons escuros te compõem
ostenta olhos atentos...
os tento olhar sem que me vejam.
não existe fim...
olhos grandes e pretos,
besouro envernizado
fosso sem fim e fundo
findo no infinito
É bonito todo gesto.
Manisfesto.
Passeia
Joga-te como Ismália
És cada
patamar.
De trás te vejo, acima da cintura.
À altura da nuca
fios de cabelo suspensos.
os penso voláteis
pescoço longo, ombros recolhidos
teu desleixo é exato
tato numa dança traçada
a cada passo.
roxo morno sobre a pele cúprica.
Lábios que dizem sem falar
clara timidez falsa
valsa de alma profunda,
vôo que alças e somes
teu nome: meu grito interno
inferno aflito
mil tons escuros te compõem
céu da noite
vazio repleto de estrelas
contar estrelas: considerar
contar histórias sobre o vazio sideral