MIL TONS ESCUROS

tom moreno tão doce de pele.

olhos grandes e pretos,

cheios de meiguice.

Corpo não é cheio de ondas,

ondinas perfeitas...

maré que espuma,

tua voz me atinge

te insinuas,

meus olhos embasam

consternação

mil tons escuros te compõem

ostenta olhos atentos...

os tento olhar sem que me vejam.

não existe fim...

olhos grandes e pretos,

besouro envernizado

fosso sem fim e fundo

findo no infinito

É bonito todo gesto.

Manisfesto.

Passeia

Joga-te como Ismália

És cada

patamar.

De trás te vejo, acima da cintura.

À altura da nuca

fios de cabelo suspensos.

os penso voláteis

pescoço longo, ombros recolhidos

teu desleixo é exato

tato numa dança traçada

a cada passo.

roxo morno sobre a pele cúprica.

Lábios que dizem sem falar

clara timidez falsa

valsa de alma profunda,

vôo que alças e somes

teu nome: meu grito interno

inferno aflito

mil tons escuros te compõem

céu da noite

vazio repleto de estrelas

contar estrelas: considerar

contar histórias sobre o vazio sideral

Andrié Silva
Enviado por Andrié Silva em 10/11/2010
Reeditado em 10/11/2010
Código do texto: T2606830