Arrebento a represa que fiz na minha vida.

Confiei tanto em você e olha o que você fez comigo

Queria tanto saber como chegamos até aqui

Eu preciso de mais espaço, preciso respirar

O ar esta tão pesado e o quarto abafado...

Todo esse torpor me tira o foco, e eu nem sei como vim parar aqui

As viagens, os banhos, as noites nos bares...

Tudo isso você jogou fora, logo depois que a musica parou

Meu porta-retrato, hoje é preto e branco, não tem mais as cores das fotos da praia

Amanhã sou eu sozinha naquele apartamento vazio

Com minhas plantas, recordações e um computador que fiz questão de destruir

Depois que o vi partir...

Eu sei que tudo o tempo acalma

E logo vai passar essa sede dos teus carinhos,

Essa fome do teu corpo

Arrebento a represa que fiz na minha vida

E deixo com que o rio volte a correr livre

De início as águas são tão nervosas,

Mas logo o rio corre sereno

E me permito navegar, conhecer outras paisagens

Quem sabe eu construa um chalé lá em baixo onde o rio toca o mar

Ou decida em alguma margem acampar

Encher o cantil e continuar...

9´10´2010