LEVEZA S

I

Na fluidez dos seis sentidos

Permiti-me abrir buscando entender

Os mistérios das naturais relações

Entre elas a mais instigante;

Entre Orquídea e Beija Flor

Num estado alternado de consciência

Deixei-me levar pelo devir fascinante

Na simbiose perfeita colírio

Da cegueira à clara e ampla visão

Delírio achar que ali havia amorosa relação

Desejei despir humanas definições

Indo além do descritível

Corpo transcendido, sem órgãos, a mente em alívio

Secretamente suguei do néctar, pura essência

Na vertigem de cores em movimentos

Inseri-me na atividade cósmica em profusão

Tornei-me por instante haste e sumo do Lírio

Entre o ser e o vir a ser desejei permanência

Em estado de graça, talvez, experimentei comunhão

Abelha ligeira levou-me a fomentar

Crenças ao retorno, primordial anseio de caminhante

“Só Poeta, só Louco !” bradou Nietzsche,doce demência!

À leitura de jardins deitei convívio

Percebi que na condição humano há muita carência

Talvez a dose certa de delírio nos falte à curar

Dor da separação, ferida narcísica...

Ergamos utopias delas seremos incuráveis

Há esperança de reparar insana cisão

Produzida entre existência humana

E demais criaturas vivas

Em delirantes devires talvez, haja algum sentido...( 2003)

II

A garoa fria rega meus sentimentos

Um rumor, a princípio estranho,

Surge em meu peito, apenas por momentos

A estranheza constrói catedrais e componho

Na pele arrepiada as cores do arco íris suponho

Pensamentos, de foro íntimo, como botões se abrem

Contrariando a química, o frio aquece os que sabem

Da ternura adormecida no sonho...

Oh! Quão grande são as ondas d´ oceano

Que através da garoa fina navegam

E, dentro do mais profundo revela o que amo

Silenciam os corredores do cotidiano

O etéreo faz-se presente e, em naus prossegue

Adentrando a noite diversa e fecunda, o que me faz leve...

Luares

o que me suspende? fiozinhos, feixes de luz... sutilezas, alguns véus em azuis também surpreendem e, também são estes que mantém a vida ... sob o fio e a navalha, feixes de senhas somam-se à sílabas, signos...o fio que orienta a saída do labirinto encontro... outro, mais outros fios são tecidos formando outros véus que a face tua encobrem , labirinto de nós, ... mas, ante o círculo perfeito lunar me dispo para de poesia me vestir e os véus dissipar ...

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virgínia vicamf
Enviado por virgínia vicamf em 09/11/2010
Reeditado em 03/03/2015
Código do texto: T2606691
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