Afortunados!
Pelo mar que aponta, papel rasgado,
Tomou de assalto uma roupa qualquer,
A cara embrulhada em farpas diurnas,
Queda ao marasmo no cotidiano avesso,
Diabruras vindas de onde menos se espera,
A desilusão é sempre mais azeda de pronto,
Escolhas que algumas mentiras encobrem,
Quando a verdade sangra direto no olho,
O espelho torto troca a identidade, ente,
Perpassa códigos infinitesimais, subtrai-se,
Enigmas que enganam o mais fundo sentir,
Se foi prazeroso, vibrante, nada justifica,
Tanto a demora como o alongamento da vez,
Dividir por completo, complexo estranho,
Ou então, tudo não passou de ilusão, sonhos,
Sentir o gosto uma única noite nunca basta,
Muito mais ondas batendo na nau, vazante,
O trabalho gelado do desespero solitário,
Como a mão que se perde no vácuo dos sentidos,
Da lágrima que baixa ao solo, outros rompantes,
O bem querer que a sorte pespega agora,
Rir, só se for em último caso!
Peixão89