Afortunados!

Pelo mar que aponta, papel rasgado,

Tomou de assalto uma roupa qualquer,

A cara embrulhada em farpas diurnas,

Queda ao marasmo no cotidiano avesso,

Diabruras vindas de onde menos se espera,

A desilusão é sempre mais azeda de pronto,

Escolhas que algumas mentiras encobrem,

Quando a verdade sangra direto no olho,

O espelho torto troca a identidade, ente,

Perpassa códigos infinitesimais, subtrai-se,

Enigmas que enganam o mais fundo sentir,

Se foi prazeroso, vibrante, nada justifica,

Tanto a demora como o alongamento da vez,

Dividir por completo, complexo estranho,

Ou então, tudo não passou de ilusão, sonhos,

Sentir o gosto uma única noite nunca basta,

Muito mais ondas batendo na nau, vazante,

O trabalho gelado do desespero solitário,

Como a mão que se perde no vácuo dos sentidos,

Da lágrima que baixa ao solo, outros rompantes,

O bem querer que a sorte pespega agora,

Rir, só se for em último caso!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 10/10/2006
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