Sertão
Estou aqui,
Diante de um santuário
Onde assisto a um cenário
Perfeito e qual se fosse feito pra mim.
Olho em volta.
Cantam os pássaros a muitas vozes,
Manobram, sobrevoam asas velozes
E a liberdade faz do galho a escolta.
O céu é anil.
Borboletas azuis, vermelhas, amarelas
Cruzam na horizontal e paralelas
Entre o zunido, o zumbido de insetos mil.
Linda, esguia,
A orla acidentada compõe o horizonte
Também a casita que fica defronte,
Enchendo-a de graça, paz, harmonia.
A noite vem.
A calma chega em todo o sertão.
Não o de Euclides mas ainda é sertão,
Que apesar de tudo, sobrevive. Amém!
Águeda Mendes da Silva