A Bailarina...

Se tu Amas a dança com tua Alma, seu Amor dissipar-se-ia ao Ódio, se não mais andasse...

A imagem voeja em saltos altos,

Plana a cor doce,

No ar incerto,

Em um mover intacto,

De dedos suaves.

...Silêncio...

Passos e rastros,

Desenhados no soar,

Em um vento melódico,

Em uma calma a exalar o etéreo.

...Silêncio...

A dança em Alma,

Carne e entranha,

Unificada ao sangue.

...Silêncio...

O corpo e o seio,

Tecendo a finitude,

De um sentir entre oscilações,

Do dorso ao longe.

Qual o sabor de beijar o suspiro alvo?

Qual o gosto de ter asas de uma bailarina?

Como é ser dança? Como é respirar saltos?

Inebriar passos? Saciar desejos ao rodopiar?

Entretanto, não rememorava a naturalidade de antes saber voar...

A Bailarina fecha seu álbum de fotografia,

Debruça sobre as mãos o peso,

De seu corpo, outrora leve, pena – ar...

Com os dedos isentos de ornatos nas rodas,

Locomove-se em direção a janela,

Ouve os pássaros a cantar,

Eles têm em língua um violino,

Dissipador de sonhos...

A dança é lembrança... A mulher não mais anda...

De seu quaro solitário – contempla a paisagem monótona,

Em sua cadeira de rodas – jaz o que era seu sonhar... Hoje Morto...

Habitando a Alma de seu ser...

Não mais chora – não mais dança – Não mais é... Morrera com seu Sonho... Vaga por sua Ilusão...

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 09/11/2010
Código do texto: T2605039
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