A Bailarina...
Se tu Amas a dança com tua Alma, seu Amor dissipar-se-ia ao Ódio, se não mais andasse...
A imagem voeja em saltos altos,
Plana a cor doce,
No ar incerto,
Em um mover intacto,
De dedos suaves.
...Silêncio...
Passos e rastros,
Desenhados no soar,
Em um vento melódico,
Em uma calma a exalar o etéreo.
...Silêncio...
A dança em Alma,
Carne e entranha,
Unificada ao sangue.
...Silêncio...
O corpo e o seio,
Tecendo a finitude,
De um sentir entre oscilações,
Do dorso ao longe.
Qual o sabor de beijar o suspiro alvo?
Qual o gosto de ter asas de uma bailarina?
Como é ser dança? Como é respirar saltos?
Inebriar passos? Saciar desejos ao rodopiar?
Entretanto, não rememorava a naturalidade de antes saber voar...
A Bailarina fecha seu álbum de fotografia,
Debruça sobre as mãos o peso,
De seu corpo, outrora leve, pena – ar...
Com os dedos isentos de ornatos nas rodas,
Locomove-se em direção a janela,
Ouve os pássaros a cantar,
Eles têm em língua um violino,
Dissipador de sonhos...
A dança é lembrança... A mulher não mais anda...
De seu quaro solitário – contempla a paisagem monótona,
Em sua cadeira de rodas – jaz o que era seu sonhar... Hoje Morto...
Habitando a Alma de seu ser...
Não mais chora – não mais dança – Não mais é... Morrera com seu Sonho... Vaga por sua Ilusão...