Sentimental
Para os pobres meu coração é mole,
Dou minha cama e meu lençol.
Do orvalho quero um gole
Quando nele rompe o sol.
O mundo causa medo
De ficar desamparado.
Não sabemos os segredos
De tantos injustiçados.
Os pobres da Terra
Estou sempre a lamentar.
Prefiro o rio claro da serra
Do que a fúria das águas do mar.
Clarim, harpa e canto sou.
Meu eco ressoa no universo.
Vim dos outeiros, para lá vou.
Sou amor e sou verso.
Tenho uma noiva sincera
Para pedir o meu beijo.
Antes da primavera,
Meu eterno desejo.