Sentimental

Para os pobres meu coração é mole,

Dou minha cama e meu lençol.

Do orvalho quero um gole

Quando nele rompe o sol.

O mundo causa medo

De ficar desamparado.

Não sabemos os segredos

De tantos injustiçados.

Os pobres da Terra

Estou sempre a lamentar.

Prefiro o rio claro da serra

Do que a fúria das águas do mar.

Clarim, harpa e canto sou.

Meu eco ressoa no universo.

Vim dos outeiros, para lá vou.

Sou amor e sou verso.

Tenho uma noiva sincera

Para pedir o meu beijo.

Antes da primavera,

Meu eterno desejo.

Helmuth da Rocha
Enviado por Helmuth da Rocha em 08/11/2010
Código do texto: T2604230