A BORBOLETA

Os olhos da noite

Perseguem o tempo

Como um ombro solitário.

Mas a borboleta é cega

A esperança vai e volta

Espremida em seu bater de asas.

Sua solidão toma cor

O infinito a recolhe

Ela esquece que é vida

Uma espécie de dor.

Lá fora, gira o dia

Onde o gigante é pequeno.

A beleza da alma

É sorver com humildade

Sem pressa com calma

O néctar da vida.

Há dias que são licores

Outras gotas de lágrimas

Humano veneno.

A solidão passa igual igual ao sol

A tristeza não perfura a alma

No entanto, é o pior tiro no coração.

As borboletas sobreviverão ao homem

À não ser que eles descubram

Que sua paz e beleza possuem

O mistério e a graça da eterna idade.

BARUC
Enviado por BARUC em 08/11/2010
Código do texto: T2604176
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