A BORBOLETA
Os olhos da noite
Perseguem o tempo
Como um ombro solitário.
Mas a borboleta é cega
A esperança vai e volta
Espremida em seu bater de asas.
Sua solidão toma cor
O infinito a recolhe
Ela esquece que é vida
Uma espécie de dor.
Lá fora, gira o dia
Onde o gigante é pequeno.
A beleza da alma
É sorver com humildade
Sem pressa com calma
O néctar da vida.
Há dias que são licores
Outras gotas de lágrimas
Humano veneno.
A solidão passa igual igual ao sol
A tristeza não perfura a alma
No entanto, é o pior tiro no coração.
As borboletas sobreviverão ao homem
À não ser que eles descubram
Que sua paz e beleza possuem
O mistério e a graça da eterna idade.