FIM DE CARNAVAL

Não entendo:

Pra que tanta festa,

Tanto riso,

Tanto artifício nos abraços

Tanta euforia pelas ruas

Tanta máscara no chão atirada

Desmascarando a face crua!

Entendo sim:

O mendigo à olhar para a lua,

Deitado triste e só, sem carnaval,

Tendo como cobertor os últimos confetes lançados,

Numa falsa alegria de um dia banal.

Não entendo:

Pra que tanto colorido,

Tanto brilho,

Tanto luxo,

Tanta fantasia...

A roupa estampada da realidade

É a que vamos, quando vestida,

Recomeçar novo dia.

Entendo sim:

A pobre mãe com a esperança no ventre.

A vagar pelas estrelas mendigando um pão

E vendo desfilar a falsa alegria sente

Que só lhe restaram sobras de ilusão....

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 08/11/2010
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