Árvore
ÁRVORE
CLEVANE PESSOA DE ARAÚJO
Dentro de mim existe uma árvore
muito mais antiga que eu...
Vive desde os meus antepassados
de quem trago traços atávicos...
Suas raízes são fortes na aparência,
mas nas profundezas, bem delgadas
e alimentam-me de aprendizados...
O tronco é meu brio, minha auto-estima,
e se lança para cima
buscando talvez, o céu...
Os galhos são tantos e de tal forma
buscam muitas direções,
porque sou multidericionada
com várias convicções,
pela vida apaixonada,
canto em versos sem convenções
o amor à forma e à beleza...
Incansavelmente me expando,
sempre algo mais buscando...
E as folhas são meus pulmões,
pois vivo clorofilando,
sem os verdes todos, não sei
se sobreveriam meus cantares...
Quando floresço, então,
transformo-me em alegria:
cantam cigarras e aves,
borboletas,dançam leves
em volta da florescência!
Ah, esqueci de contar
que escavada em meu tronco
está um nicho precioso:
nele mora uma coruja
que me ensina, paciente,
que até as árvores fortes
terão de morrer um dia...
Isso mostra-me a limitação
de minha essência mortal...
Mas sou poetisa e afinal
percebo transida de emoção
que essa árvore antiga
sou eu no meu todo dia
e que vivo, um a um,
meu rosário de magia...
ÁRVORE
CLEVANE PESSOA DE ARAÚJO
Dentro de mim existe uma árvore
muito mais antiga que eu...
Vive desde os meus antepassados
de quem trago traços atávicos...
Suas raízes são fortes na aparência,
mas nas profundezas, bem delgadas
e alimentam-me de aprendizados...
O tronco é meu brio, minha auto-estima,
e se lança para cima
buscando talvez, o céu...
Os galhos são tantos e de tal forma
buscam muitas direções,
porque sou multidericionada
com várias convicções,
pela vida apaixonada,
canto em versos sem convenções
o amor à forma e à beleza...
Incansavelmente me expando,
sempre algo mais buscando...
E as folhas são meus pulmões,
pois vivo clorofilando,
sem os verdes todos, não sei
se sobreveriam meus cantares...
Quando floresço, então,
transformo-me em alegria:
cantam cigarras e aves,
borboletas,dançam leves
em volta da florescência!
Ah, esqueci de contar
que escavada em meu tronco
está um nicho precioso:
nele mora uma coruja
que me ensina, paciente,
que até as árvores fortes
terão de morrer um dia...
Isso mostra-me a limitação
de minha essência mortal...
Mas sou poetisa e afinal
percebo transida de emoção
que essa árvore antiga
sou eu no meu todo dia
e que vivo, um a um,
meu rosário de magia...