Preconceito
Muita festa e alegria, mal sabia do seu destino
Deixaram pra última hora, olha só. É menino
Entre tantos nomes escolheram um, Ernestino
Na verdade queriam menina, que desatino
Vivia fazendo arruaça, levado da breca
Passou o tempo, nem carrinho, nem bicicleta
O menino queria mesmo era brincar de boneca
A mãe dela dizia pobre menino, virou minha neta
O pai indignado se perguntava: que erro cometi
Agora não tem mais jeito, olha o tipo do guri
Usa mini-saia e maquiagem, coisa igual nunca vi
Leva logo pro homem dos milagres o tal, Pitangui
Indignado Ernestino virou as costas e partiu
Tamanho ressentimento dele nunca se viu
Pegou idade e na primeira oportunidade, tchau Brasil
Num país da desigualdade, onde faz calor, jamais faz frio
Não importa o que faz , mas sendo pobre é descriminado
Homossexual, deficiente, viciado, sendo rico é bem tratado
Caso contrário, sendo pobre é viado, maconheiro e retardado
Assim não pode ficar, é tanta hipocrisia, chega de ficar sentado
Com essa história do Ernestino eu criei coragem
De questionar porque la fora preconceito, aqui sacanagem?
As histórias são as mesmas, muda apenas o personagem
Não descrimine, ajude. Meter o pau, isso sim é viadagem...