SIMPLESMENTE MULHER
Mulher, a obra prima divina,
a sensação que me fascina,
a expressão do meu oposto,
o meu genuino gosto,
o meu contundente destino,
a alegria de menino.
O mais glamuroso despotismo
do meu inerme ser
faz fronteira com o classismo,
dúvida acerba do anoitecer.
Os sonhos compulsivos,
todos os meus motivos,
da vida a minha doce razão
sem resultados nocivos
remédio para o meu coração.
Mulher, nobre e vil criatura,
de todas as cores e idades,
minha maior ventura
razão de tantas saudades.
Tantas quantas mil
tantas quero ter
deste meu lado vil
do mais nobre ser.
Mulher quantitativamente
as vezes qualitativa,
brota como semente
na minha mata nativa.
Mulher, o bem e o mal;
o ferrão do mel,
o instinto maternal,
o glossário de Babel.
Mulher, eu quero ter,
mulher, eu sou teu,
como o sol é do amanhecer
e que a noite já se esqueceu.
Mulher, o gozo na pele,
o cheiro poluto que me santifica,
o incenso impoluto que me fere,
o culto do inculto que replica.
(YEHORAM)