A Sombra Nas Ondas Do Mar

A lua sobe pulsando aos cardeais e areia

Enquanto vens enrustindosse no beijo sequioso das bonanças

Olhas p'ra trás como à ânsia que tarda o amor que não chega

(Deitas na areia com tua graça úmida)

O solstício não aguarda teu coração palpitar

E te invade à noite como à lágrima que acalantas

Repousará em ti o corpo que esperava e que deixaste partir

E os anjos que dormem nas ondas

[Partirão para que te vulneres o desejo.

Passas as mãos mais uma vez sobre à ausência que lhe dita o amor

E lhe corre o pranto do seio de tua omoplata que o toque não precipita

Teu sonho bate nas ondas e crava nas rochas um coração de granito

Onde te âncora no cais sombrio o sentimento sozinho

[Das tardes que amavas

Ficarás imóvel e sem vida enquanto à maresia lhe afoga o coração

[Que na pedra é tua carne

E a dor do abandono regressará das chuvas que contemplavas na infância;

- Ouve como vem a placidez do sal no que o mar não conhece doce...

Afaga teus cabelos no salobre e deixe o flutuar

[Aos abismos que o tempo torna longe

Saltarás para além de cima e acima da luz que a treva dorme

E os raios do plenilúnio elevará teu semblante para os cantos pacíficos das águas

Onde na sombra do mar serás os amores dos cardumes

[Nas mãos dos pescadores...

Gabriel Alcaia
Enviado por Gabriel Alcaia em 07/11/2010
Reeditado em 07/11/2010
Código do texto: T2601397
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