Fênix

No canto triste de um esvoaçar sereno,

Entre penumbras de arrebatamento,

Sabor amargo, gesto obsceno,

Lentidão agreste, vida em tormento.

Miragem dúbia de aridez presente,

Sideral tormento no rosto enrugado,

Gestos falidos de um porvir premente,

Traduzindo angústia, sonho postergado.

No final do tempo do obscurecimento,

Falência ambígua de desilusão,

Culminância envolta de aviltamento,

Destino acre, sombras na amplidão;

Reminiscência espúria de altivez oculta,

Fugaz jornada de resplendor ausente,

Sê como Fênix, a renascer exulta,

Crê no perdão do nosso Deus clemente.

wellmac
Enviado por wellmac em 07/11/2010
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