O amor no quarto 1987

Eles nunca mais irão voltar.

E eu ficarei aqui, dependurado no teto,

contemplando as xícaras de chá.

O que sobra é o mal estar, a náusea e cheiro de madeira velha.

E como todo arauto do apelo malígno,

escrevo a pólvora e estilete

minha poesia de má fé,

na pele do homem indolente.

Heitor, os restos da noite

e o tango horizontal

adormecem inutilmente

na verdade contida na agulha de uma seringa...