Circoterapia do Trampolim - O suicídio da Colombina
Não é por portar nos ombros
Palhaços e escombros
Teatro e poesia
Que tudo seja diversão.
Faz parte do circo
Do pouco, do mico
Da persuasão.
Não são só retalhos
Passagens e atalhos
Sem escuridão
A fonte é mais longe
De pregos e monges
Guardados no pequeno espaço
De toda essa imensidão.
Não pague por este circo.
Não ria,
Não entre.
Há graça nenhuma.
Há leões perigosos
Palhaços maldosos
E desses dois sou alguma
Aberta a temporada de gargalhadas
Juntam-se todos os bozos
Os gozos, os fracos
Sentam-se na platéia
Opacos
Esperando o fabuloso espetáculo
Do pulo da colombina
No pequeno balde d’água,
Caminhando pelo fio
Até cair na morte da piscina.
Pausa de 7 minutos
Calada, concentrou-se no salto do trampolim
Injustiçada pelo abandono
E a longa espera por Arlequim
S
A
L
T
O
..... U... .. .
Vai ter sangue no palácio de lona...
A pequenina puladora em coma
Todos riem da travessura
O tamanho da cabeça era grande demais
Pra o pequeno balde desprovido de tal espessura
E o espetáculo, em silêncio
Acabou.
Todos foram embora, abandonando-a.
E vê só quem fica...
O Pierrot.