Circoterapia do Trampolim - O suicídio da Colombina

Não é por portar nos ombros

Palhaços e escombros

Teatro e poesia

Que tudo seja diversão.

Faz parte do circo

Do pouco, do mico

Da persuasão.

Não são só retalhos

Passagens e atalhos

Sem escuridão

A fonte é mais longe

De pregos e monges

Guardados no pequeno espaço

De toda essa imensidão.

Não pague por este circo.

Não ria,

Não entre.

Há graça nenhuma.

Há leões perigosos

Palhaços maldosos

E desses dois sou alguma

Aberta a temporada de gargalhadas

Juntam-se todos os bozos

Os gozos, os fracos

Sentam-se na platéia

Opacos

Esperando o fabuloso espetáculo

Do pulo da colombina

No pequeno balde d’água,

Caminhando pelo fio

Até cair na morte da piscina.

Pausa de 7 minutos

Calada, concentrou-se no salto do trampolim

Injustiçada pelo abandono

E a longa espera por Arlequim

S

A

L

T

O

..... U... .. .

Vai ter sangue no palácio de lona...

A pequenina puladora em coma

Todos riem da travessura

O tamanho da cabeça era grande demais

Pra o pequeno balde desprovido de tal espessura

E o espetáculo, em silêncio

Acabou.

Todos foram embora, abandonando-a.

E vê só quem fica...

O Pierrot.

Natália Camargo Dutra
Enviado por Natália Camargo Dutra em 06/11/2010
Reeditado em 06/11/2010
Código do texto: T2599748
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