Mensagem aos Filhos da Terra
"Meus filhos queridos
são tão sofridos !
Não me ouvem ainda
mas a hora é finda ...
Em eras remotas,
o mundo em voltas,
gerei a semente
do homem vivente.
No início temente,
agora me mente
com tanta arrogância
e intolerância.
Julgando-se o dono,
no alto do trono,
aos brados sibila
e o ódio destila.
Meu corpo agride,
a ordem transgride,
me arranca a entranha
com fúria tamanha !
Visando o dinheiro,
em febril formigueiro
de cidades frenéticas,
malditas e heréticas.
Impérios constrói
que a guerra destrói;
escravo do orgulho,
vítima do esbulho.
Chorei de tristeza,
perdi a beleza;
as águas escassas
nas terras devassas
são lágrimas difusas
de dores profusas.
Acordem humanos,
chega de enganos -
sua Mãe que lhes clama :
cultivem a chama
universal
do amor imortal.
Ao meu seio regressem,
humildes confessem
seus erros brutais
e não mintam jamais.
Assim procedendo,
enfim renascendo,
de volta à matriz
para então ser feliz."
10 de janeiro de 1999